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Animais e Pessoas com Necessidades Especiais

O uso de animais em tratamentos e terapias de reabilitação e acessibilidade é uma técnica utilizada historicamente desde 400 a.C. Mesmo depois de séculos de existência, muitas pessoas ainda desconhecem os benefícios na melhoria da qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais. As técnicas daequoterapia, utilização do cavalo em práticas terapêuticas, ou do cão-guia, por pessoas com deficiência visual, por exemplo, já ajudaram milhares de pessoas, no Brasil e no mundo.

Cão-Guia – o cão-guia vem ganhando cada dia mais adeptos entre as pessoas com deficiência visual. Uma das defensoras dessa causa é a advogada Thaís Martines, que chegou a ser barrada no metrô de São Paulo, em 2006 e ganhou a permissão de caminhar com seu cão pelo metrô, por meio de um processo na 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. “Hoje, não só as leis estão melhores como também há conscientização entre as pessoas. Já cheguei a ser barrada em lugares por causa do meu cão, mas outras pessoas presentes insistiram na permanência do animal no recinto. Isso mostra que a população está mais consciente”, comenta a advogada, que ficou cega devido a uma caxumba aos quatro anos.

Ela ministra palestras sempre acompanhada de seu cão Boris, um labrador que a acompanha há 7 anos. “O Boris é a realização de um sonho de criança. Antigamente era muito difícil ter cão guia. Fico feliz de esse acesso estar mais fácil hoje”, afirma.

A advogada, que está a frente do Instituto Íris desde 2004, uma entidade sem fins lucrativos que trabalha no processo de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência visual, cita que as pessoas ainda acreditam que ter um cão guia é caro, o que não é verdade. “No Instituto Íris, nós não cobramos nada pelo cão, nem pelo treinamento”, complementa Thaís. No Brasil, há apenas 50 cães guias, o que é considerado muito pouco, quando comparado com números de outros países. Cerca de 2% da população mundial, com algum tipo de deficiência, utiliza o cão, segundo informações do próprio Instituto Íris. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostram que há 1,2 milhões de cegos no País, o que significaria 12 mil pessoas com cão guia, mas chegamos perto de 0,2% apenas.


EQUOTERAPIA

A equoterapia chegou ao Brasil em 1993. Um dos precursores da técnica foi o Dr. Luiz Antônio Arruda Botelho, médico fisiatra da Fundação Selma, uma instituição sem fins lucrativos que oferece tratamento gratuito para pessoas com limitações físicas por meio do contato direto entre homem e animal. “O tratamento ajuda no equilíbrio do tronco, na musculatura, além de favorecer a integração do atendido”, salienta o médico.


ANIMAIS SILVESTRES

Outra instituição que esta se aplicando na acessibilidade de deficientes é a Fundação Parque Zoológico de São Paulo. O Parque vem passando por uma profunda reforma, desde o fim de 2006, para receber pessoas com deficiência. Os sanitários já foram reformados, a fim de facilitar o acesso a cadeirantes. “O próximo passo agora é reformular a entrada e as vias do parque”, esclarece a direção do parque. Em 2006, mais de 8.184 pessoas com deficiência visitaram o zoológico, uma média de 682 por mês. O zoológico pretende ampliar o acesso e a inclusão social de pessoas com deficiência visuais e de locomoção, ao mundo selvagem.


CÃES-GUIA

Regina é médica, especializada em terapia intensiva. Portadora de um glaucoma congênito, aos 30 anos já não enxergava mais. Dez anos depois de perder a visão, sua vida sofreu profunda alteração: a chegada de Merlin, um labrador com um ano de idade que seria seu guia.

"Merlin me deu desembaraço e autoconfiança. Mesmo que eu tenha que ir a lugares desconhecidos, sinto-me apoiada, jamais estou só. O meu relacionamento com Merlin é quase telepático. Ele parece compreender o que penso."

O cão guia é um animal muito especial, possuindo temperamento dócil e sendo dotado de extrema paciência e determinação. Ama profundamente o dono e por essa razão sente prazer no seu trabalho e funciona como olhos do cego. Ele não cansa jamais, sendo treinado para acompanhar o cego 24hs por dia. Por esse motivo, os treinadores fazem cursos específicos, com aulas práticas e teóricas, adaptando experiência de países como Estados Unidos, Inglaterra e Argentina às condições de vida dos cegos do Brasil.

Merlin e Regina: Mais do que proteção, com o cão-guia o cego ganha um amigo.

Atualmente as raças utilizadas no mundo inteiro são: retriever do labrador, golden retriever, collie (pêlo longo ou curto), boxer, bouvier des flandres e pastor alemão. Essas raças possuem temperamento, tamanho e características adequadas para a função. Entretanto, o que importa não é a raça, mas sim o CÃO.

Nem todas as pessoas com problemas de visão se adaptam a um cão-guia, por isso, as necessidades dos candidatos são cuidadosamente analisadas e um cão conveniente é selecionado, pois a adaptação entre o cego e o cão é fundamental.
Para o cego que não se adapta ao uso de bengalas, o cão-guia apresenta muitas vantagens: obstáculos acima da cintura são fáceis de serem percebidos pelo cão; atravessar ruas movimentadas é mais fácil e seguro pois o cão percebe o movimento do tráfego. Além disso, existe o aspecto psicológico positivo que resulta da união cego/cão-guia, pois o cachorro é estímulo, amor, carinho, inspira confiança e vontade de viver ao cego, integrando-o à sociedade.

Implantar o sistema de ajuda aos cegos depende de diversos fatores como:
• a educação da comunidade para aceitar o cão-guia;
• a legislação para permitir a entrada de cães-guia em locais públicos e meios de transporte;
• a aquisição, treinamento e manutenção dos cães-guia, etc.

 
FONTE: Blog Hospital Espiritual do Mundo Topo ↑
 
 
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