No segundo ano em Brasília a exposição Experimentando Diferenças permite aos visitantes saírem de sua zona de conforto e provarem as mesmas sensações de atletas paralímpicos. O projeto traz a oportunidade, por exemplo, de utilizar cadeira de rodas para jogar basquete e de chutar uma bola de futebol com uma venda nos olhos. Também estão disponíveis simuladores que imitam o desempenho de uma handbike (bicicleta movida apenas com as mãos) e de uma cadeira de rodas de velocidade, utilizada em corridas. O evento começou dia 13 de junho e terminará no dia 6 de julho.
Segundo Fernando Rigo curador da exposição, além de proporcionar sensações diferentes, a ideia é mostrar o lado positivo dos atletas paralímpicos. “[Queremos mostrar] superação, vitória, alto astral. A gente também está aproveitando a Copa do Mundo para fazer um evento adaptado, com ênfase no futebol de cegos. As pessoas não sabem, mas o Brasil é campeão olímpico há 13 anos [nessa modalidade]”, comenta. Outro objetivo do evento é explicar as regras dos esportes paralímpicos e formar um público expectador para as paralimpíadas de 2016, que serão efetuadas no Rio de Janeiro.
O projeto está montado no Shopping Iguatemi. Um total de 16 monitores ajuda os visitantes a utilizarem a estrutura. De acordo com Fernando Rigo, geralmente as crianças são o público mais empolgado.
“Elas adoram, brincam bastante”, diz. O evento, que viaja o Brasil há cerca de um ano, tem parceria da Caixa Econômica Federal, patrocinadora do paradesporto nacional e do Comitê Paralímpico Brasileiro. Além da interação com os simuladores e com os equipamentos paradesportivos, há a chance de ver a exposição Caravana de Vencedores, com fotos das fases de treino e competições dos atletas brasileiros para os jogos paralímpicos de Londres, que foram realizados em 2012.
O fotógrafo Sérgio Dutti é o responsável pelas imagens, que também estão reunidas em um livro com o mesmo nome da exposição, lançado em janeiro do ano passado. “Acompanhei [os atletas] o ano todo, desde os primeiros treinamentos aqui no Brasil. Em agosto a gente foi para a Inglaterra, fiquei em Manchester acompanhando a preparação. O gran finale acabou sendo as paralimpíadas”, relata Dutti, que jamais havia tido contato com o universo dos paradesportos. “Eu trabalhava nos últimos 24 anos, em grandes jornais e revistas. Foi o trabalho que me deu mais prazer”, afirma.
Das 140 fotos do livro, o fotógrafo selecionou 60 para a exposição. Ele apresentou o projeto para exibi-las à Caixa Econômica Federal. Pela semelhança entre a proposta e a exposição Experimentando Diferenças, surgiu a ideia de uni-los para rodar o país. “Estamos juntos desde o primeiro momento. Esta é a 13ª exposição”, conta. |