Ligar o computador, digitar em editor de textos ou fazer pesquisas na internet. Atos como esses já fazem parte do cotidiano, mas para as pessoas especiais atendidas pelo projeto Inclusão Digital do Instituto de Reabilitação do Potencial Humano (IRPH) de Joinville, tudo é novidade.
O projeto é desenvolvido há três anos na entidade, localizada no bairro São Marcos, zona Oeste de Joinville, com famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social. São acompanhadas 30 pessoas com deficiências físicas, intelectuais ou distúrbios do espectro autista e seus cuidadores (familiares).
Atividades como escrita, desenhos, pintura e jogos educativos - que trabalham o raciocínio lógico - despertam o potencial criativo dos atendidos. Tais ações auxiliam no desempenho escolar, respeitando as limitações de cada um. É o exemplo de Daniel Pereira. Aos 13 anos, com paralisia cerebral, hoje se orgulha de poder acessar a internet.
A presidente do Instituto de Reabilitação do Potencial Humano, Anna Duffeck, explica que os recursos do Fundo da Infância e Adolescência de Joinville (FIA) viabilizaram a implantação das atividades de inclusão digital no local, principalmente com a aquisição de 10 computadores.
Os resultados esperados são sempre a médio e longo prazos. A observação do desenvolvimento dos atendidos é contínua e a grande maioria deles têm apresentado bons resultados descobrindo o mundo novo da informática.
“São inúmeras as situações que podemos entender que tiveram resultados positivos. Consideramos angústias e bloqueios diante das tarefas; o que faz sentido, mobiliza interesses, projetos e a relação do usuário com o saber. É um trabalho que também reflete no resgate da autoestima e na conquista de novos espaços destes indivíduos na sociedade”, destaca Anna.
Ainda de acordo com a presidente do Instituto, no momento, há apenas uma pedagoga atendendo, na parte da tarde. Para receber mais recursos, a entidade deve abrir o dia todo e é necessário mais uma profissional para o período da manhã. “Estamos buscando apoio. Apenas com os recursos do FIA não podemos arcar com a profissional extra”, relata.
O QUE É O FIA?
O Fundo foi criado para captar recursos provenientes do Imposto de Renda, destinado por pessoas físicas e jurídicas, e também de multas e outras fontes.
Os projetos são financiados de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com as linhas de ação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Joinville (CMDCA), com foco em políticas, programas e ações voltadas para a prevenção, promoção e defesa da criança e do adolescente. |