Rugby em Cadeira de Rodas: Ação, Reação e Rebilitação
Todos nós sabemos dos benefícios da prática de atividades físicas para pessoas com deficiência e hoje apresentamos mais uma modalidade do paradesporto: O Rugby em cadeira de rodas.
“É um esporte que tem um contato, só não pode ter contato físico, mas de cadeira o contato é muito grande. Mas com equipamento específico. É um esporte violento, de certa forma, mas é um esporte com um processo de reabilitação muito grande.”
HISTÓRIA
Rugby em cadeira de rodas ou QuadRugby é um desporto em cadeira de rodas feito para jogadores tetraplégicos. O esporte surgiu no Canadá, em 1977. Apesar de ser uma modalidade relativamente nova, sua expansão tem sido rápida. Em 1996, nos Jogos Paralímpicos de Atlanta, o rugby em cadeira de rodas estreou na maior competição paralímpica mundial. Nesta ocasião, apenas os homens entraram em quadra. Já em Sydney (2000), as equipes eram formadas por homens e mulheres. Nunca houve uma seleção brasileira do esporte em Jogos Paralímpicos.
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Equipe de Rugby em Cadeira de Rodas |
A PRÁTICA
O rugby se assemelha bastante ao futebol americano, por ter quase os mesmos objetivos e ser um jogo que envolve forte contato físico. As equipes são formadas por quatro jogadores e há oito reservas à disposição do técnico. Esta grande quantidade de suplentes é explicada pela intensidade das colisões entre competidores e cadeiras. Homens e mulheres tetraplégicos atuam juntos. É necessário ter agilidade para manusear a bola, acelerar, frear e direcionar a cadeira.
QUEM PRATICA
O rugby em cadeira de rodas é praticado por atletas tetraplégicos dos sexos masculino e feminino. Os jogadores são categorizados em sete classes a depender da habilidade funcional: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5. As classes superiores são destinadas aos atletas que têm maiores níveis funcionais e as classes mais baixas são para jogadores de menor funcionalidade. A classificação é baseada nos seguintes componentes:
Teste de banco: teste muscular realizado em toda a extremidade da musculatura superior, além do exame do alcance do movimento, tônus e sensação;
Teste funcional do tronco: é realizada uma avaliação do tronco e das extremidades inferiores em todos os planos e situações, que pode incluir um teste manual da musculatura do tronco;
Testes de movimentação funcional.
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QUEM ORGANIZA
No Brasil, a modalidade é organizada pela Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), fundada em 03 de março de 2008, e tem seu primeiro presidente o ex-atleta tetraplégico e ícone do paradesporto no Brasil, Luiz Claudio Alves Pereira. Em seu primeiro ano de existência a Associação, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, participou do Torneio Pré-Paralímpico Canadá Cup 2008 onde representou o Brasil na Assembléia Geral da IWRF, firmando a credibilidade do Brasil junto à entidade internacional. Foi no Canadá que o Brasil foi convidado para participar do primeiro torneio nas Américas, o Torneio Maximus na Colômbia, que foi realizado em Novembro de 2008. Neste mesmo ano a ABRC realizou dois jogos no Rio de Janeiro, formou equipes em Santa Catarina, em São Paulo e em Campinas. Também realizou uma clinica de classificação, que teve 25 participantes e uma clinica de arbitragem, que contou com treze formandos.
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Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas |
A participação de pessoas com deficiência em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar as pessoas com deficiência, mesmo durante seu programa de reabilitação alcançar os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.
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