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Saiba o que é uma escara e como prevenir sua aparição

A palavra escara é um termo antigo, sendo usado atualmente para descrever a necrose escura que recobre a úlcera por pressão, assim conhecida atualmente. É provocada por pressão local permanente, geralmente nas proeminências ósseas resultando em danos nos tecidos subcutâneo, músculos, articulações e ossos, causando a morte dos tecidos (necrose).

É um problema frequente em pessoas com lesão medular pois a falta de sensibilidade e controle de parte do corpo favorece a manutenção da mesma posição por muitas horas e a própria cadeira de rodas faz pressão sobre o corpo. Também comum na diabetes especialmente nos que forem obesos, nas idades avançadas e nos sedentários.

Uma escara pode aparecer em poucos dias e progredir rapidamente, mas para cicatrizar pode levar meses. A principal complicação da escara é a infecção que inicialmente é local, mas pode disseminar-se. Outra complicação é a infecção óssea (osteomielite).

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE ESCARAS
- Limitação dos movimentos;
- Estados nutricionais debilitados;
- Nível de consciência comprometido;
- Perda da sensibilidade tátil e/ou térmica;
- Umidade (paciente muito tempo molhado por suor, urina e fezes);
- Falta de asseio;
- Excesso de calor ou frio.

FASES DE EVOLUÇÃO DA ESCARA
- Eritema (vermelhidão);
- Edema (inchaço);
- Isquemia (irrigação sangüínea deficiente);
- Necrose (morte dos tecidos).

ÁREAS QUE APARECEM MAIS ESCARAS
Pontos de pressão mais intensa de acordo com a posição. Observe que a figura na posição vertical demonstra os pontos no dorso de uma pessoa deitada.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO
- Usar protetores de espuma (caixa do ovo), rolos e almofadas nas áreas de maior risco;
- Colchões de ar, gel ou de alpiste apóiam o corpo de forma correta, ajustando-o com perfeição em toda a sua extensão, sem causar pressão excessiva;
- Manter a pele hidratada na medida certa, fazendo uso de cremes hidratantes se necessário e não deixando-a úmida demais como pode ocorrer em áreas de uso de fralda, trocando-a com frequência
- Manter o paciente fora do leito sempre que possível;
- Evitar superposição dos membros do paciente;
- Mudar o paciente de posição constantemente (de 2 em 2 horas);
- Manter a cama sempre limpa, seca e os lençóis bem esticados e livres de migalhas;
- Retirar imediatamente qualquer roupa úmida;
- Proteger a pele com película transparente, hidrocolóides etc. onde haja pressão das saliências ósseas e/ou contato com aparelhos gessados ou mecânicos;
- Zelar pela higiene pessoal do paciente;
- Fazer massagem com vaselina, óleo ou creme à base de camomila, ácidos graxos essenciais (AGE), óxido de zinco etc;
- Executar movimentos passivos nos membros do paciente;
- Cuidar do estado geral do paciente, oferecendo-lhe alimentos ricos em proteínas, sais minerais e vitaminas.

MEDIDAS TERAPÊUTICAS
A manipulação de doentes portadores de escaras de decúbito exige cuidados especiais, não apenas da enfermagem, como também dos familiares.

- Caso o procedimento esteja sendo feito em domicilio, solicitar orientação do médico sobre a evolução do quadro;
- Observar sistematicamente o aspecto externo do curativo quando das mudanças de decúbitos;
- Na presença excessiva de secreção, proceder à troca do curativo, independentemente de estar no horário para trocá-lo.

COMO FAZER O CURATIVO
- Lavar as mãos em água corrente;
- Usar detergente anti-séptico e/ou sabão neutro;
- Calçar luvas de procedimento;
- Remover o adesivo do curativo anterior com óleos e/ou cremes hidratantes, tomando cuidado para soltar os pelos aderidos e observar reações alérgicas;
- Fazer a anti-sepsia da ferida com gaze embebida em soro fisiológico (se possível, morno), fazendo movimentos de dentro para fora (nunca fazer movimento no sentido de fora para dentro da ferida, o que poderá contaminá-la ainda mais);
- Com outra gaze seca, remover as secreções e os restos de tecido necrosado;
- Descartar a gaze após uso;
- Caso o curativo seja realizado no momento do banho, utilizar sabonete liquido anti-séptico, cuidando para não deixar resíduos;
- Fazer o curativo usando o produto indicado: papaina, hidrogel, AGE etc;
- Fazer um curativo secundário com: gazes (de preferência não aderentes), absorventes femininos, atadura de crepe etc;
- Retirar a luva e lavar as mãos;
- Deixar o paciente bem acomodado e confortável, evitando posição que comprima a área da lesão;
- Fazer mudanças de decúbitos para evitar complicações nas escaras existentes, e prevenir o surgimento de outras;
- Trocar o curativo sempre que necessário.

 
FONTE: Guia do Deficiente.com.br / Abraccia Topo ↑
 
 
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